Vinciane Despret. Bazar do Tempo. 2022.
Diante do esgotamento dos discos voadores, da space opera, do cyberpunk e do futuro-muito-pior-do-hoje, a ficção científica vai para outras quebradas: o ensaio, o paper. No caso, a therolinguística, o estudo e a tradução de escritas feitas por aranhas, vombates (um daqueles animais esquisitos da Austrália) e polvos. Humor de primeira!
As narrativas se passam em um futuro no qual os conhecimentos sobre a linguagem dos animais formam um campo de pesquisa consolidado, que desafia os limites do que entendemos por linguagem. Despret propõe novas formas de entender as relações entre animais e outros seres (vivos e não vivos), em um mundo transformado pelo aquecimento global e pelo fim do capitalismo.
Não se lia sátira ao mundo universitário desde Imposturas intelectuais, de Alan Sokal e Jean Bricmont, Record, 1999.