Erik Fatland faz um relato fascinante da jornada da escritora e antropóloga norueguesa pelos países que fazem fronteira com o maior país do mundo. Ao longo de 692 páginas, ela descreve as paisagens, as culturas, as histórias e as influências que a Rússia exerce sobre seus vizinhos, desde a Coreia do Norte até a Noruega, passando pela China, Mongólia, Cazaquistão, Azerbaijão, Geórgia, Ucrânia, Belarus, Lituânia, Polônia, Letônia, Estônia e Finlândia.
Ela viaja por diversos meios de transporte, desde cavalos até caiaques, e se depara com situações inusitadas, como um festival de renas na Sibéria ou uma visita à zona de exclusão de Chernobyl. Descobrimos pelo livro quem foi Bering, que dá nome ao mar e ao estreito que separa a Sibéria do Alasca, onde estava Gorbatchev, quando um golpe tentou derrubá-lo, e que por 10 dólares se aluga um contador Geiger para fazer uma visita de turismo em Tchernóbyl.
Ela também explora a noção de fronteira e o que significa ser vizinho da Rússia, uma potência que tem uma alma complexa e contraditória. O livro é um misto de diário de viagem, investigação histórica e estudo antropológico, que revela um retrato vívido e surpreendente de uma região pouco conhecida pelo público ocidental.